Incidente em Antares - Érico Veríssimo

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O último romance do escritor Érico Veríssimo, foi publicado no ano de 1971. A obra, enquadrada no estilo modernista, é de cunho político e está dividida em duas partes em que os acontecimentos reais se misturam à ficção.

Na primeira parte da obra, o autor nos apresenta a fictícia cidade de Antares e as relações políticas entre as facções dos Campo Largo e dos Vacariano até o dia do famoso incidente.

A cidade de Antares é um pequeno município do Rio Grande do Sul que em sua concepção, em 1853, fora comandada por Chico Vacariano até que um oponente, Anacleto Campo Largo, aparece para disputar o domínio do feudo, dando origem à rivalidade entre as duas famílias por cerca de sete décadas.

Com o passar do tempo e com o advento da modernidade, na década de 30, a cidade recebe a vista de Getúlio Vargas que consegue aplacar a rivalidade entre as duas famílias e consegue formar uma aliança entre eles.

Com o tempo, a cidade vai seguindo os acontecimentos políticos: a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, inaugurando o Estado Novo; a queda dele; o governo de Dutra; o retorno triunfante de Getúlio em 1951; o atentado a Lacerda, combatente feroz de Getúlio; o suicídio de Getúlio; a eleição de JK; a construção de Brasília; o governo de Jânio Quadros que fora obrigado por forças terríveis a desistir do cargo, entre outros acontecimentos da história brasileira até que, em 1963, ocorre o incidente mencionado no título do livro.

Morrem na cidade, inesperadamente, sete pessoas entre eles a matriarca da família dos Campolargo, mas os coveiros, estando em greve, se recusam a enterrar os mortos que adquirem “vida” e passam a vasculhar a vida de seus familiares e a apontar os defeitos e a podridão moral da sociedade.

Os defuntos exigem que as autoridades os enterrem em um prazo máximo de 24 horas ou prometem ficar a apodrecer no coreto da cidade. Enquanto esperavam por uma resolução do governo, decidem visitar seus amigos e parentes.

Na segunda parte - Ao meio dia, os mortos e os vivos se encontram na praça da cidade para discutir o problema da greve e os mortos revelam os segredos sujos de todos da cidade. Após um tremendo rebuliço, a greve termina, os mortos são finalmente enterrados e a cidade decide negar e desmentir o incidente a todos os jornalistas que procuram desvendar o que acontecera em Antares.

Por fim, a cidade segue seu curso e as “máscaras” são gradativamente recolocadas.

 

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