A Química da bola

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A emoção está no ar. Ou melhor, no campo. Futebol é assim mesmo, um espetáculo que mexe com todos, inclusive com a Química. Uma verdadeira equipe de produtos químicos marca presença nos estádios. E, apesar de alguns nomes que, caso fosse necessário serem pronunciados durante a partida, certamente levariam locutores ao desespero, sem essa equipe química o futebol perderia muito do seu colorido.

Repare no gramado. Lá podem estar os fertilizantes agrícolas superfosfato triplo, cloreto de potássio e sulfato de amônia, que jogam em conjunto com os herbicidas para manter verde, firme e uniforme, a base em que rola a "pelota". E por falar em bola, adivinhe só quem suporta tantos chutes: o poli (cloreto de vinila), que substituiu com vantagens o couro de procedência animal na fabricação do artigo essencial a qualquer partida: a bola de futebol. O poli (cloreto de vinila), muito conhecido em todo o mundo como PVC, é, aliás, um verdadeiro polivalente. Ele também poderá ser encontrado nas bandeiras agitadas pelos torcedores, no sistema para drenar o campo e até mesmo na cobertura das cadeiras do estádio. Faça chuva ou faça sol, a manta de PVC estará lá, garantindo o espetáculo.

Mas há outros integrantes na equipe química. Para os pés dos jogadores, estão escalados o ABS ou o polipropileno, utilizados na fabricação das travas das chuteiras, além de resinas de poliuretano, elastômeros e adesivos especiais, tudo para permitir dribles e passes que encantem (ou desencantem) a torcida. Para os uniformes, estão escaladas as microfibras de poliéster, mais resistentes a puxões (atenção para o cartão amarelo), mais leves e confortáveis.

A presença dos fios e fibras, normalmente acompanhados pelos corantes, é sempre fundamental no carnaval. Aliás, foi a cada vez mais comum falta de um pequeno punhado de fios sintéticos, em um ponto estratégico do corpo humano, que, há alguns carnavais, levou as escolas de samba do Rio de Janeiro a um acordo inédito: evitar a nudez explícita nos desfiles.

E, para segurar a bola, evitar dúvidas e liberar o grito de gol, lá está a rede de náilon, cobrindo o que locutores de rádio costumavam definir como "a cidadela". A Química, é claro, também vai estar na torcida, pintando rostos com tintas especiais, fazendo barulho com cornetas depolietileno e tambores que utilizam filmes de poliéster em vez de couro animal, e saudando as equipes com o nitrato de potássio, empregado na fabricação de fogos de artifício. A Química, pelo que você já percebeu, tem participação garantida em qualquer campeonato.

Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293 )

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