Com a Química no automóvel

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Ao acionar a chave do seu carro, confortavelmente sentado no banco de poliuretano expandido, que foi recoberto por um bonito e resistente tecido de poliéster, você está colocando em movimento o resultado de anos e anos de pesquisa tecnológica, e que tem na Química uma das principais razões do seu sucesso.

Aminas poliméricas, polialquileno, glicol e éster de poliolefina, adicionados à gasolina, limpam o carburador ou os bicos injetores e inibem a corrosão. Motor ligado, é só partir para mais um dia de trabalho ou de lazer. Talvez seja difícil perceber que o rodar macio do seu carro é garantido pelo estireno e o butadieno, utilizados na fabricação de pneus. Ops... uma poça de água suja! Não se preocupe. Seu carro recebeu um tratamento anticorrosão com produtos químicos para evitar o surgimento de pontos de ferrugem que poderiam estragar a bonita cor do seu carro, obtida, aliás, graças aos pigmentos e solventes que entram na formulação de tintas utilizadas pelas montadoras. Você está com razão: é preciso cuidar melhor do meio ambiente. Seu carro, por exemplo, está equipado com catalisadores químicos que reduzem a emissão dos poluentes pela combustão.

Cuidado, o semáforo fechou. A parada é garantida pelo fluído de freio, um composto químico que tem entre seus componentes poliglicois boratados e aditivos. É ele que aciona hidraulicamente os componentes do sistema de frenagem. Sem ele, seria metal contra metal. Dá para imaginar o barulho e o desgaste? Relaxe. Talvez seja melhor ligar o rádio, devidamente fixado no painel pré-moldado em poliuretano revestido em ABS, polipropileno ou outro dos inúmeros polímeros desenvolvidos pela Química. Você nem desconfia, mas no próprio motor do seu carro há peças de origem química, como engrenagens de poliamida (o popular náilon), produto também empregado nos recipientes e dutos para arrefecimento do motor. E por falar em refrigeração, você já se perguntou como, mesmo com o trânsito parado e o calor intenso, o motor não esquenta demais? É um produto químico, o polipropilenoglicol, adicionado à água do radiador que evita esse transtorno. Sem ele, muito possivelmente ainda estaríamos vivenciando cenas que hoje só lembramos ao assistir antigos filmes do gênero pastelão: o radiador fervendo e o motorista correndo em volta do carro sem saber o que fazer.

A Química embarcada em um veículo realmente impressiona. O tanque de combustível, antes feito em aço, é moldado em polietileno de alta densidade, o que o tornou mais seguro, mais leve e eliminou o risco de corrosão. Os pára-choques podem ser feitos em polipropileno. Lanternas, graxas, mangueiras de combustível, borrachas, bateria, bancos, forração do teto, carpetes e tapetes, vidros laminados, console, molduras e puxadores das portas, adesivos, air-bags... a lista é enorme e seria ainda maior com a inclusão de outros produtos químicos que também podem ser utilizados na fabricação desses componentes e peças.

A indústria automobilística utiliza, cada vez mais, produtos de origem química na substituição de outros materiais. Com isso consegue peças mais resistentes, mais leves e duráveis, o que representa economia para você. A participação de produtos químicos na montagem de um veículo cresceu tanto e abriu tantas possibilidades que já há projetos para a construção de carros quase que totalmente recicláveis. Como você pode ver, o automóvel, um dos maiores símbolos da sociedade moderna, está cada vez mais leve, mais econômico, mais bonito, mais seguro — e cada vez mais químico.

Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293 )

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