O Tempo e o Vento - Érico Veríssimo

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Trata-se de um conjunto de sete livros, que conta à história da formação do povo Rio Grande do Sul, Érico Veríssimo de uma maneira original e fascinante mistura ficção com fatos da realidade político e social do Brasil: como a guerra dos Farrapos, a era Vargas, entre outros.

A obra divide-se em:

  • O Continente;
  • O Retrato;
  • O Arquipélago.

 

O CONTINENTE - A história remonta ao século XVII, época da evangelização dos jesuítas, e o encontro de um índio, Pedro Missioneiro, criado pelos padres jesuítas e Ana Terra, do encontro dos dois nasce Pedro Terra. Ana Terra é obrigada a partir em caravana, quando castelhanos invadem a fazenda da família, matam seu pai e irmãos e a violentam, mas ela consegue esconder o filho, chegam então ao lugar que mais tarde se tornaria a cidade de Santa Fé, onde se passa toda a trama. O romance passa-se por várias gerações da família Terra, Cambará, Caré e Amaral, Pedro Terra cresce e tem uma filha Bibiana Terra, que se casará com capitão Rodrigo Cambará, moço muito bonito e galanteador, com espírito desbravador e aventureiro, que morre em batalha.

 

O RETRATO - No início do século XX, Licurgo Terra Cambará, e seus filhos Toríbio e Rodrigo vivem no Sobrado, a casa mais bonita e famosa da cidade, o primeiro é homem rude e ama o campo, já Rodrigo gosta de luxo e vai estudar medicina em Porto Alegre, de onde volta com todas as novidades da época, como gramofone, vinhos, conservas, etc. Vive em conflito com o pai que é homem conservador e não se deixa seduzir pela sofisticação do mundo moderno. Rodrigo volta também com a ideia de exercer a profissão, se casar, para esquecer a vida regada a mulheres e muito dinheiro que teve na capital, quer se tornar “homem sério”, já seu irmão Toríbio vive de aventuras. Rodrigo, bonito, vaidoso, e galanteador, mesmo depois de casado continua a ter aventuras. No auge de sua mocidade, um amigo seu espanhol, pinta seu retrato em tela gigante, que se torna sua uma espécie de ponto de reflexão e comparação para Rodrigo, em todas as épocas de sua vida.

 

O ARQUIPÉLAGO - Rodrigo passa por várias fazes em sua vida, após a morte da filha que mais adorava Alicinha, ele larga o ofício de médico e vai para a carreira política, onde se envolve em negociações não muito corretas, como troca de favores e tráfico de influências. No final de sua vida ele já doente, e de cama, após um ataque no coração, não encontra o apoio em sua família, sua esposa se quer dirige-lhe a palavra, arrasada e machucada após as várias aventuras do marido, seus filhos não o admiram e não concordam com seu tipo de vida, e estão mais interessados na herança. A história passa a ser contada sob o ponto de vista de Floriano, filho de Rodrigo, que representa o lado oposto do pai, reflexivo e tímido, vive o trauma de nunca ter tido a admiração do pai, pelo fato de ter se acovardado na frente de um campo de batalha. Fato que rebaixava o rapaz, por ter tido em seus antepassados grandes guerreiros, e todos morridos em combate. E também sob o ponto de vista de Silvia, agregada da família, que tem um amor platônico por Floriano, mas acaba se casando com seu irmão, por conveniência, os dois tem uma vida infeliz e vazia, e Silvia não consegue engravidar, para desgosto de todos.

O romance acaba com a morte de Rodrigo e o fim de toda aquela geração, que já não seguiriam os passos do pai. Encontramos nesta obra, romance, aventura e análises psicológicas profundas que segundo informações são os questionamentos do autor diante de seus conflitos com a família e a própria vida, no final o abraço entre Rodrigo e Floriano, representa o perdão do próprio Érico ao pai e a si mesmo.

 

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